terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Dona de Sí



















Bate a chuva
na vidraça,
e lá vai Ella 
dona de si.
Dança, canta e ri
descalça e nua
pela praça.

Cai a água
lentamente
no seu corpo
delinquente,
abre caminho
às entranhas
por entre vales
e montanhas

Escorre
a água da carícia
pelo fio
do delírio,
sacia a sede
do cio
na febre
da sua malícia

E lá desce
a água do rio
na correnteza
do vício,
persegue 
as curvas
do destino,
caminho
ao paraíso.

Sandra Louçano



"The Flood" - Katie Melua