domingo, 27 de abril de 2014

Adolescências


Título: Young woman naked in a tulip blossom, upperbody bent backwards over the edge of the blossom
Fotógrafo: Martin Phoner
Colecção: Royalty-free

Recordo com saudade
o estado
de alma apaixonada,
do voltar ao ser
e ao sentir de adolescente,
onde tudo se consente
desmedido e inconsciente.
Do como foi bom
quebrar a barreira do som,
namorar a lua,
as estrelas,
os rios e os mares,
ir ali para voar,
correr à frente ou atrás
até cansar,
cair,
levantar
e no fim do dia
escolher a hora
para poder regressar
ao colo do lar,
na santa paz do silêncio.

sábado, 26 de abril de 2014

Beginners

Título: Woman with weil in motion
Fotógrafo: Antonino Barbagallo
Colecção: Photolibrary

Enquanto ele media a vida
num tabuleiro de xadrez
ela, simplesmente bebia-a,
sem medo de jogar
à cabra cega.


sexta-feira, 25 de abril de 2014

Paralelas

Título: Railroad
Fotógrafo: Lluis Real
Colecção: age fotostock

Não há resto do que não existe,
só vontade do que é impossível.

sábado, 19 de abril de 2014

Quase

Título: Young Woman lying on the floor
Fotógrafo: Antonino Barbagallo
Colecção: Photolibrary


Gosto de te sentir
inquieto.
Sinto-te quase meu,
quase entregue em mim.
Gosto de sentir assim,
quase…
do tamanho do abismo.

domingo, 13 de abril de 2014

Amor Vadio

Título: Woman lying on bed, low section
Fotógrafo: Douglas Manuez
Colecção: The Image Bank

Ele, bicho cigano,
ela, flor do campo.
Ele conhece os quatros cantos
do mundo,
ela, a fala do céu, o cheiro da terra,
os toques do sol e da lua.
Ele parte,
ela fica,
só metade.
Ele volta, ele sempre volta,
de regresso ao leito
da saudade.
Ela meia mata-lhe a vontade
e bebe-lhe a sede
da liberdade.
E ele volta a partir, ele sempre parte
com vontade de ficar.
E ela meia fica, sempre fica
com vontade de o acompanhar.

Ele sempre volta,
de Janeiro a Dezembro,
embora ela nunca lhe tenha bebido
a sede de Novembro.



terça-feira, 1 de abril de 2014

Do dia da mentira à conspiração do nariz...

Maria Antonieta de “converseta” com Maria Benedita pede-lhe emprestado um lenço de papel para coçar uma comichão na ponta do nariz…
Benedita, no dia seguinte cruza-se na rua com Maria Carlota e diz;
- Olá Maria, então como vai isso? Estás com um ar sadio, rapariga! Já a nossa querida Antonieta, coitadinha, de tanto espirro tem o nariz pior que o chapéu de um mendigo.
Carlota, amiga dedicada, liga preocupada à Maria Deolinda;
- Olá minha querida, amanhã quero fazer uma visita de cortesia à Antonieta, mas não sei quais são as suas flores preferidas, e não queria ir de mão vazia, sabias que a pobrezinha está com uma gripe de caixão à cova?
- Não, não sabia, mas flores também não são o meu forte, Carlota. Vou procurar saber junto da Estrelícia, e já te devolvo resposta.
Deolinda no seu despacho despacha então com Maria Estrelícia;
- Estrelícia filha, diz-me quais são as flores preferidas da Maria Antonieta.
- Se bem me lembro são orquídeas, mas porquê, a moça vai casar?
- Não, credo! Parece que está internada no hospital com uma pneumonia.
- Nossa Senhora, Jesus, Maria, José, mas é grave?
- Acho que sim, pelo estado de agonia da Carlota, a Maria Antonieta deve estar a um fio de bater a bota...

Já diz o ditado, que quem conta um conto acrescenta-lhe um ponto…

Resumindo e baralhando!
O melhor mesmo é ser-se prevenido que mal remediado, ou remendado vá.
Portanto, VACINE-SE o ano inteiro.