quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Até Amanhã

Título: Common Buckeye butterfly (Junonia Coenia)
Fotógrafo: Paul Vozdic
Colecção: The Image Bank

Não há certo
nem errado,
existe 
simplesmente o momento.
Existem as cores do arco-íris,
existe também o preto,
o branco
e o cinzento.
Existimos nós
e existe o tempo...

Por muito que o ano vindouro seja generoso e nos proporcione saúde, sorte e fartura, não esquecer que nos compete a nós a tarefa mais dura, Viver.
Por isso vamos-nos lambuzar de vida, vivê-la à medida da nossa mão, sem esquecer de dar uso e abuso aos ingredientes de bem-querer.

Com estas palavras me despeço do ano de 2014.

Então até Amanhã, 2015.

domingo, 28 de dezembro de 2014

Perfume


















Título: Dreams that flies
Fotógrafo: Yulia.M
Colecção: Moment

Estás perdido meu querido,
se te confundem os cheiros com o meu perfume.
O teu ego inchado e cego não te deixa ver meu ser sentir por ti,

e uma essência nunca se confunde com sucedâneos.
Tal discernimento só está ao alcance de quem vê de olhos fechados
e carrega no peito um coração depurado.
E esses entes raros, raios, ainda não foram inventados!
Já reparaste que quanto mais me olhas menos me vês?



sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Prelúdio













Título: Young woman’s face & Watercolor in absrtract
Fotógrafo: Michael Gosbee
Colecção: The Image Bank

Ele é o momento
batel do meu tormento,
aquele que me doma,
que me toma
e me enche o peito de desassossego.
E sempre que o penso,
sobrevoo de olhos fechados 
por sítios que o meu corpo nunca sentiu.
Dos desertos 
às terras quentes da Savana Africana,
caminho pelas teias da noite
pintadas com as cores da luxúria
e mergulho nua
mar adentro prenhe de ti.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Ingredientes de Bem-Querer

Fotógrafo: Twenty20
Colecção: Royalty-free

Não sendo grande apreciadora desta época de festa, por diversos motivos e mais alguns que não são agora para aqui chamados, não passo por ela sem deixar neste espaço virtual, onde fui criando laços de afinidade e de amizade, os votos que desejo o ano inteiro para mim, para os meus, familiares e amigos.
Sendo assim, para o topo do bolo, e como diz o povo, que nunca falte “saúdinha” da boa, que sem ela meus amigos, não se faz nem se come sopa. Que nunca falte perseverança, humor, boa disposição e muita imaginação. Mas acima de tudo que nunca falte dedos para pentear os cabelos do sol, alma para dançar com a chuva, coração para voar à boleia de um ramo de oliveira e que nunca falte também um par de mãos abertas cheias de outras mãos abertas, mãos cheias de pedaços de céu azul debruados a ouro, mãos cheias de mar, cheias de terra e mãos cheias de pão para partilhar com aqueles que não teem tecto nem chão...

Então vá, aqui vos deixo os ingredientes de Bem-Querer para o ano inteiro, com direito a prorrogação de prazo por tempo indeterminado.

Beijinhos para as Meninas, 
e Abraços para os Meninos

Sandra 


sábado, 13 de dezembro de 2014

Espectro


Francesca Woodman

Quando olha para o ventre do espelho 
vê sempre dois reflexos; 
o vazio 
e o deserto; 
maldita alma minha que não conseguis 
adaptar-vos à realidade.

domingo, 7 de dezembro de 2014

Quem disse que viver é facil?!

 


















Título: Time of butterflies
Fotógrafo: Kasia Derwinska
Colecção: Flickr

Há quem diga que nos devemos arrepender do que fazemos, e não, do que não fazemos.
Ora aí está uma matéria complexa, sobre a qual não tenho opinião.
Há decisões que se tomam na vida que nos levam a fazer umas coisas e a não fazer outras, a tal dita liberdade de escolha. E a cada decisão, a cada opção, a cada acto ocorre sempre uma reacção, que por vezes acarreta um retorno pesado, incomportável de carregar. Por norma vivo o hoje com os olhos postos no amanhã tendo sempre presente o legado do passado, até porque o hoje já foi ontem e o tempo soma e segue sem parar.
Viver sim, aproveitar os bons momentos que a vida proporciona também, mas há que ter consciência que alguns deles, mesmo que de excelência, podem hipotecar o futuro, o nosso e o de terceiros também. Aí reside a grande responsabilidade da vida, viver a liberdade com dignidade. Até hoje nunca me arrependi do que vivi nem das opções que tomei e muito menos me arrependi do que não vivi, até porque, por muito que goste de alguém, gosto muito mais de mim.
E não, não acredito na sorte nem no destino, acredito que a vida resulta da conquista pessoal, da capacidade de visão, das decisões e das escolhas…

Quem disse que viver é fácil?!

E agora, para quebrar um pouco a carga emotiva que por aqui se respira, deixo do meu espelho escarificado uma nesga de poesia.

Sei de um moço…
Sei que ele carrega nos ombros
um peso de duas medidas;
de um lado carrega o poema,
do outro a lado a poesia.
Sei que ele sabe ler-lhe 
a silhueta.
Sei também,
que só lhe falta saber ler 
a borboleta,
que ela desenha.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Vida

Título: Hope dies last
Fotógrafo: Kasia Derwinska
Colecção: Flickr

Já ganhei,
já perdi,
já caí,
já me levantei,
e nunca me arrependi
do que vivi!