domingo, 5 de junho de 2016

Vanilla Dreams

Fotografia de M. Inês Louçano
I'm in heaven, 
lying on cotton candy clouds 
tasting vanilla dreams;
So, do me a favor, 
don’t wake me up!




The Game 

Come, let us play a game, little boy,
To while the world away.
What shall be – tell me – our harmless toy?
At what shall we play?

Shall we play – shall we? – at being great?
No, nor at being grand.
Shall we believe that we are Fate
And make up lives out sand?

No, little boy, we will play that we are
Happy, and that we are gay;
Let us pretend we are dreams, very far
From the world in which we play.

*Alexander Search
January 2nd. 1908


***
(TRAD.)

O Jogo

Anda, rapaz, deixa o mundo real,
Vamos jogar um jogo.
O que será – diz lá – brincadeira sem mal?
A que jogamos logo?

Vamos brincar - que tal – a quem é o mais forte?
Não, nem ao mais valente
Fingimos que somos a Sorte
E do pó fazemos gente?

Não, rapaz, afinal jogamos antes
A tão contentes que estamos;
Fingimos que somos sonhos, distantes
Deste mundo em que brincamos.

*Alexander Search
2 de Janeiro de 1908


*um dos 136 autores fictícios de Fernando Pessoa 
Poema extraído da edição de Jerónimo Pizarro e Patrício Ferrari - Tinta da China

Eu sou uma antologia
136 autores fictícios 
Fernando Pessoa

*Alexander Search, a mais prolífera figura literária do universo pessoano antes do mês «triunfal» de Março de 1914. Terá nascido em Lisboa a 13 de Junho de 1988, isto é na mesma cidade e na mesma cidade que Fernando Pessoa. Terá surgido na mente de Pessoa em 1906, ano em que começa a herdar os poemas antes atribuídos a Charles Robert Anon.(…)
«A Search» ou «Alex. Search», como assina alguns textos, foi uma figura poliglota, essencialmente activa entre 1906 e 1911. Porem o seu nome cionsta ainda de um plano literário de 1914, as suas iniciais surgem num cabeçalho de uma entrevista a *Alberto Caeiro – redigida em português e realizada e Espanha, onde esteve Search – , e é, uma vez mais, citando num plano editorial tardio, posterior a 1932.